Depois de colocar bandeiras na calçada de uma eleitora, que a autorizou para isso, Cíntia Dias (PSOL), candidata a vereadora de Goiânia, teve o material de campanha rasgado. Além disso, o muro da eleitora, Grazi, foi pichado, em uma retaliação característica da violência política contra as mulheres.
“Candidatura de mulher não é uma tarefa fácil. Alguém se achou no direito de pegar o nosso material e rasgar. A companheira Grazi tinha permitido que a gente colocasse aqui na esquina da casa dela, mas, infelizmente, as pessoas não respeitam a democracia e acham que é com violência que vão intimidar uma candidatura de mulher”, disse Cíntia em vídeo publicado no Instagram.
Na publicação, Cíntia aparece ao lado da eleitora que ainda teve seu muro pichado e com duas bandeiras novas para substituir aquelas que foram rasgadas. “Vamos garantir que nesta esquina se mantenham nosso nome e nosso número”, afirmou a candidata, que reforçou seu compromisso com as mulheres e com a democracia.
A violência política contra a mulher ou violência política de gênero, como também é chamada, é crime no Brasil. A tipificação se deu em 2022, com a lei nº 14.192. A norma criminaliza qualquer ação que tenha como objetivo impedir, dificultar ou restringir os direitos políticos de uma mulher, seja ela candidata ou eleita.
Este assunto, inclusive, é uma pauta de Cíntia, que luta pelos direitos da mulher. “Não é fácil para nós como não é fácil para nenhuma mulher. Ao longo da história, se nós tivéssemos desistido, não teríamos hoje o direito de votar, de usar calça jeans”, disse em entrevista recente ao Jornal Opção.